A Casa que se Bifurca / Voluar Arquitectura

A Casa que se Bifurca / Voluar Arquitectura - Imagem 2 de 35A Casa que se Bifurca / Voluar Arquitectura - Fotografia de Exterior, FachadaA Casa que se Bifurca / Voluar Arquitectura - Fotografia de Exterior, Fachada, JanelaA Casa que se Bifurca / Voluar Arquitectura - Fotografia de Interiores, Porta, JanelaA Casa que se Bifurca / Voluar Arquitectura - Mais Imagens+ 30

Madrid, Espanha
  • Área Área deste projeto de arquitetura Área:  600
  • Ano Ano de conclusão deste projeto de arquitetura Ano:  2023
  • Fotógrafo
    Fotografías:Imagen Subliminal
  • Fabricantes Marcas com produtos usados neste projeto de arquitetura
    Fabricantes:  Aluminios Castuera, CALVO Y MUNAR, Cortizo, Naturpiedra, Porcelanosa Grupo, Simon
  • Arquiteto Responsável: Borja Lomas
  • Arquiteto Colaborador: Adolfo Álvarez
  • Coordenação De Obra: Gabriel Todirica
  • Cidade: Madrid
  • País: Espanha
Mais informaçõesMenos informações
A Casa que se Bifurca / Voluar Arquitectura - Imagem 2 de 35
© Imagen Subliminal

Memória: tempo e epigenética. - "Ao contrário de Newton ou Schopenhauer, seu antepassado não acreditava em um tempo uniforme, absoluto. Ele acreditava em infinitas séries de tempos, em uma rede crescente e vertiginosa de tempos divergentes, convergentes e paralelos. Essa trama de tempos que se aproximam, se bifurcam, se cortam ou que secularmente se ignoram, abrange todas as possibilidades" Jorge Luis Borges, O jardim dos caminhos que se bifurcam.

A Casa que se Bifurca / Voluar Arquitectura - Imagem 6 de 35
© Imagen Subliminal
A Casa que se Bifurca / Voluar Arquitectura - Imagem 19 de 35
Planta - Pavimento térreo

Tempo. Albert Einstein nos mostrou que o espaço não pode ser concebido de maneira independente do tempo; que ambos os conceitos estão mutuamente inter-relacionados de maneira inquebrantável. O tempo e o espaço se entrelaçam para conformar essa urdidura imaterial sobre a qual existimos e que, como o deus bifronte Jano, apresenta uma mesma essência com duas faces, as duas polaridades inseparáveis: o espaço-tempo. Os arquitetos costumam falar das qualidades do espaço, mas raramente refletem sobre a essência temporal que ele carrega. 

A Casa que se Bifurca / Voluar Arquitectura - Fotografia de Exterior, Fachada
© Imagen Subliminal

Limites e configurações espaciais implicam diferentes percepções temporais. Porque o espaço sem tempo se torna uma imagem estática e plana, perde sua profundidade. Esta casa, afastada do paradigma da Caixa ou do espaço único e homogêneo, sua configuração ramificada faz com que, para entendê-la e conhecê-la, seja necessário percorrê-la, investir um tempo, incentivando a explorar a condição temporal do espaço. Como seus possíveis percursos e bifurcações conformam um enigma cuja chave é o tempo.

A Casa que se Bifurca / Voluar Arquitectura - Imagem 7 de 35
© Imagen Subliminal

Não é possível o breve instante de um olhar completo porque não existe um ponto de vista privilegiado, não há uma perspectiva fixa que represente e explique toda a residência. A casa não se estabelece como um cenário estático, à medida que nos deslocamos, vão se abrindo planos e vãos, sucessivamente se fecham visuais e se ocultam perspectivas. A cada passo, o espaço muda e se desdobra conforme o movimento do nosso corpo. Seja no interior ou no exterior, cada ponto de vista tem considerações particulares e diferentes que vão mudando ao longo do dia, e a luz natural escreve, através de sombras cambiantes, esse contínuo acontecer do tempo. 

A Casa que se Bifurca / Voluar Arquitectura - Fotografia de Exterior, Janela, Fachada
© Imagen Subliminal

Também sua materialidade, o aço, nos fala de uma mudança perpétua, oxidando-se com o passar do tempo, como acontece com a matéria viva. Os vidros com seus reflexos sempre cambiantes difuminam os limites entre o interior e o exterior, fazendo com que o jardim se incorpore ao espaço doméstico. Apenas o espelho curvo que aloja em seu interior pode romper com o fluxo convencional do espaço-tempo, distorcendo-o para mostrar em um instante, espaços sobrepostos do tempo impossível e a superposição do quântico. Não podemos deter o tempo, mas podemos construir espaços que façam com que sua percepção seja mais notória, “densificar o tempo”, ainda que seja apenas uma ilusão…

A Casa que se Bifurca / Voluar Arquitectura - Fotografia de Exterior, Fachada, Janela
© Imagen Subliminal

Epigenética. Alvar Aalto dizia que “o modelo mais importante da arquitetura é a natureza, e não a máquina”. As ramificações são um método eficaz para conquistar o espaço em continuidade permitindo a adaptação a um contexto específico e a diferentes situações. É uma estratégia comum da natureza que podemos ver desde os sistemas circulatórios dos seres vivos, os crescimentos das plantas ou as disposições dos rios. 

A Casa que se Bifurca / Voluar Arquitectura - Fotografia de Interiores, Porta, Janela
© Imagen Subliminal
A Casa que se Bifurca / Voluar Arquitectura - Fotografia de Interiores, Janela
© Imagen Subliminal

De maneira similar, os corpos da casa se ramificam seguindo as linhas que contornam a vegetação, fechando-se em direção à rua, protegendo-se do vento norte e desdobrando-se em direção à orientação sul, para encontrar as melhores vistas da paisagem e dialogar com a floresta próxima. Portanto, a forma final da casa é uma “forma encontrada”, resultante da interseção entre o lugar e as necessidades internas do programa, e não uma forma preconcebida e imposta. A casa é o resultado de uma exploração específica não transferível para outro contexto, um encontro irrepetível. 

A Casa que se Bifurca / Voluar Arquitectura - Fotografia de Interiores, Janela
© Imagen Subliminal

A Casa que se bifurca segue este processo criativo. Parte de um programa, as genéticas, segundo as necessidades de uma família de cultura mediterrânea, ou seja, onde o núcleo familiar se amplia continuamente pelos avós, familiares e amigos, requerendo um espaço flexível, que pode se desdobrar ou se recolher conforme as necessidades cambiantes de cada momento. Esses genes ou espaços são as instruções que marcam e se vinculam a atividades, mas não em uma relação direta entre espaço-função, mas que se ativarão e desativarão conforme os diferentes usos que lhes forem dados pelos habitantes.

A Casa que se Bifurca / Voluar Arquitectura - Imagem 12 de 35
© Imagen Subliminal

Os espaços-genes tomam formas geométricas simples, peças retangulares básicas e familiares nas quais se analisam as necessidades espaciais em termos de superfície, altura, frente de iluminação e ventilação, bem como possíveis mobiliários simples e eficazes. Evita-se produzir distribuições estranhas que possam complicar ou limitar o uso livre do espaço ou restringir a colocação de um mobiliário padrão. 

A Casa que se Bifurca / Voluar Arquitectura - Imagem 13 de 35
© Imagen Subliminal

Uma vez sintetizados cada gene do programa, eles são distribuídos de forma a gerar cadeias, sequências de programa em termos dos graus de relação e vinculação que foram estabelecidos entre uns e outros. Dessa forma, criam-se códigos programáticos que se situam tanto em planta quanto em seção, dependendo do grau de privacidade que o espaço oferece e sua comunicação com o exterior

A Casa que se Bifurca / Voluar Arquitectura - Imagem 10 de 35
© Imagen Subliminal

Galeria do Projeto

Ver tudoMostrar menos
Sobre este escritório
Cita: "A Casa que se Bifurca / Voluar Arquitectura" [La casa que se bifurca / Voluar Arquitectura] 07 Out 2024. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/1021677/a-casa-que-se-bifurca-voluar-arquitectura> ISSN 0719-8906

¡Você seguiu sua primeira conta!

Você sabia?

Agora você receberá atualizações das contas que você segue! Siga seus autores, escritórios, usuários favoritos e personalize seu stream.